Vinhos & Sobremesas

Nas últimas semanas, percebia que Thyago estava bastante inclinado (ou diria famigerado) à fazermos um dia de degustação apenas com espumantes. Como eu não gosto nem um pouquinho de espumantes, adorei a idéia de fazermos hoje.

Admiro muito a harmonia entre o produto vinificado e sobremesas doces em geral. Constantemente nos deliciamos com a união de ambos em nossas reuniões. Nem sempre o fazemos com vinho tinto, normalmente gostamos de espumantes como o ator principal.

Nos encontramos, eu e Thyago na Adega dos Vinhos, loja perto do meu escritório, e ficamos por vários minutos debatendo o que seria adquirido. Eu esperava anciosamente pela degustação dessa semana... precisava de mais "combustível" para aguentar o final de semana corrente, o qual ainda trabalharia muito. No momento em que escrevo esse texto, o evento ainda não ocorreu. Participará do encontro Eu, Minha Irmã Maria Carolina, Thyago Barbosa e Augusto Maux (Guru).

Fizemos as compras literalmente no Vale dos Vinhedos. Foram Respectivamente: Espumante Don Laurindo Reserva 2005 Brut (Champenoise) corte de Chardonnay com Riesling Itálico; Espumante Casa Valduga Premium 2006 Moscatel (Asti) 100% Moscato (Método não especificado, penso que seja Charmat); Espumante Miolo 2005 Brut (Champenoise) corte de Chardonnay com Pinot Noir; Vinho Tinto Seco Duetto 2004 (Casa Valduga) bivarietal de Pinot Noir com Shiraz e graduação alcoólica de 12,4%; chocolates Diplomata, Diamante Negro, Lacta ao Leite, Amaro (não preciso especificar detalhes, pois todos os mortais são grandes especialistas em chocolates e sabem a diferença detalhada desde texturas até aromas de cada marca famosa, assim como especialistas em vinhos conhecem detalhes de cada castas e produtos famosos); 2 caixas de cigarrilhas Menendez Dona Flor de 10 unidades cada.

De fato, os espumantes famosos por serem bons com chocolates são os Asti (conhecidos no Brasil por Moscatel). Não existe nenhum motivo especial que o faz ter mais harmonia com sobremesas. Vinhos espumantes feitos de moscatel são normalmente mais doces que os demais. Estava querendo comprar um italiano prosecco para acompanhar o chocolate amargo, mas Thyago queria muito provar essa safra da Miolo. Sobre o vinho tinto que compramos, confesso que não espero muita harmonia com os doces comprados, talvez com o Amargo ele seja mais prazeroso. Normalmente os vinhos doces (maioria dos brancos frescos e frutados) são mais bem vindos ao pós-prato... diferente deste que é seco.


Com tudo comprado, levei em meu carro as garrafas de espumante. Não gosto nem um pouco de transportar espumantes. Sempre penso que eles estão balançando demais e me imagino na situação de grande sede, abrindo o espumante para beber e o mesmo explodindo em minhas mãos, deixando escapar todo o gás carbônico da guarrafa (isso me lembra inclusive um outro moscatel que Arthunio explodiu na casa dele em outra degustação). Certa vez, vim de Fortaleza com um espumante Asti no carro. Não tive nenhuma preocupação com ele, passando por buracos e curvas, mas quando cheguei em Natal, pela sorte de são baco, não tive problemas com ele. Bom... lá fui eu para casa, dirigindo a picos de 60Km/h. Coloquei os mesmos para gelar e ainda estou aqui no computador. Chega de escrever... Let's do it!

Ambiente & Música

Preparamos a varanda da minha casa para receber os amigos. Iniciamos às 15:00 mais ou menos. Não estava com sol pois nessa hora o sol está do outro lado do apartamento. A temperatura estava perfeita, com ventos até agradáveis para ajudar na boa degustação. A vista do 18o andar nos ajuda muito também como mostra a imagem ao lado esquerdo.

Ouvimos durante a tarde e início de noite alguns CDs de "Meireless e os Copa 5" (Bossa Nova e Jazz) e "Astor Piazzolla" (Tango e Erudito), os quais estão representados respectivamente em vídeos abaixo para quem não conhece, enteder mais de como foi o nosso ambiente. Algum dia, farei um post do blog dedicado à Piazzolla, gênio da música de nosso pequeno mundo.

Iniciando com Espumantes

Um aroma forte e perfumado é lançado no ar. O sensacional espumante da Don Laurindo foi aberto. O buquê nos remete flores, folhas úmidas e aromas primários da uva. Sem sobra de dúvidas um dos melhores espumantes que já pude degustar. O retrogosto mais retroolfato com duração superior a 7 segundos nos permitiu um prazer prolongado. O chocolate que melhor harmonizou com este espumante foi o meio amargo. Preferimos abrir primeiro o que já imaginávamos que seria o melhor dentre os que compramos, assim estaríamos com o palador bem apurado para não perder nenhum detalhe das características a serem encontradas. Na foto, carol ainda não estava presente, mas logo apareceu com sua taça, o que fez o nosso precioso rótulo terminar rapidamente.

Agora foi a vez do Moscatel da Casa Valduga. Todos os rótulos que degustei dessa casta de uva, combinariam perfeitamente com qualquer sobremesa doce e de preferência as mais cremosas como mousses e pudins. Foi excelente com todos os chocolates, especialmente o Diplomata. Nada grave a reclamar, mas todos fizemos a mesma observação de que esse vinho espumante é doce demais.

A decepção da tarde foi vinho da Miolo. Infelizmente, não agradou a ninguém. Ele se mostrou um espumante de gosto "errado". A sua degustação não fez sentido ao paladar, não expressou aromas de nada concreto, nem nos causou demais curiosidades. Infelizmente, foi um momento em que ouvimos mais música do que bebemos.

Terminando com o Tinto

Para fechar com uma boa chave (para não exagerar em chave de ouro), o Pinot Noir com Shiraz da Casa Valduga. Um tinto que instantaneamente nos lembrou um vinho português. Discutimos um pouco sobre as causas de tanta semelhança, pois não são castas nativas de Portugal e o vinho não é português. Chegamos a conclusão de que havia uma boa quantidade de anidrido sulfuroso como costumam fazer nos vinhos portugueses, exalando aromas similares. Vinho equilibrado, pouco ácido, taninos moderados, pouco alcoólico, sabores e aromas que lembravam muito a framboesa.

Definitivamente não foi um tinto que combinou com chocolate. Certa vez, em uma churrascaria de Natal/RN, pedi um Tinto Miolo Seleção 2006 seco, que na verdade era doce de uma forma que combinou muito mais com a sobremesa do que as carnes servidas.

O Encontro

Foi um encontro bastante divertido como toda semana costuma ser. Conversamos sobre vinhos, música, tocamos um pouco de violão, falamos mal das pessoas de forma alheia (haha, brincadeira) e renovamos as "baterias" para mais uma semana pesada em nossa história. Amanhã (domingo) às 09:00am tenho treino de Rugby :D , mas isso não vem ao caso agora....

Um Enoabraço para você ;)

Fui!